O Município de Miranda do Douro e a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) dinamizaram, no dia 5 de setembro, o II Encontro Ibérico de Raças Autóctones, no âmbito da Feira do Naso. O Encontro decorreu no miniauditório municipal de Miranda do Douro e diferentes associações de raças autóctones asininas ibéricas e criadores, partilharam conhecimento e experiências, tendo-se dado, continuidade, aos trabalhos iniciados em 2023.
O programa foi muito diversificado, tendo-se refletido sobre o futuro das raças e as perspetivas para os recursos genéticos animais (RGAn), tendo em conta o novo quadro comunitário, passando por abordagens sobre o pastoreio extensivo, importância dos asininos na prevenção de incêndios, resiliência dos ecossistemas e a gestão da vegetação nas faixas de servidão. Foi também apresentado o projeto LIFE RESLAND – município de Cascais, cujo objetivo é promover uma paisagem resiliente e adaptada às alterações climáticas, fomentando o efeito mosaico de floresta, pastagens, agricultura e pastorícia,
Ao longo das intervenções, os diferentes oradores, reforçaram o facto de que, as raças autóctones, devem ser conservadas pelo seu contributo para preservar a biodiversidade, pela sua adaptação ao meio ambiente e intervenção nos ecossistemas, pela produção biológica que permitem, pelo fomento de produtos tradicionais de qualidade, ou seja, pelo papel insubstituível que desempenham no desenvolvimento rural.
Agradecemos o dinamismo e empenho dos oradores, o interesse dos assistentes e a presença da Mestre, Susana Guedes Pombo, Diretora-Geral da Direção Geral de Alimentação e Veterinária, da Mestre Elsa Machado, Diretora de serviços da DGAV Norte, da Arqt. Sandra Sarmento, Diretora Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Norte, bem como dos demais convidados que nos honraram com a sua presença, para além de, um especial reconhecimento a todos aqueles que uniram esforços para que este evento se concretizasse.
As raças autóctones são merecedoras de reconhecimento e da adoção de medidas bem estruturadas e abrangentes, que garantam os estímulos e o suporte necessários à atividade agropecuária e ao desenvolvimento social, económico e cultural das regiões que as acolhem, pelo que, todos devemos ser protagonistas no que respeita ao seu reconhecimento, valorização e conservação.