Em 1762, morava aqui o Governador das Armas da Praça de Miranda. Mas a construção era outra, talvez de matriz seiscentista. O atual edifício, neoclássico tardio, remete-nos para os finais do séc. XIX. De planta longitudinal e com a frontaria tripartida por pilastras, o seu corpo central termina num frontão com as armas nacionais e as da cidade. As cinco varandas com balcão de ferro forjado, do segundo piso, e as quatro janelas de guilhotina, do primeiro, cadenciam a sua extensa fachada. No rés-do-chão, há um estreito corredor, em abóbada de berço, que, conjuntamente com o arco de meio ponto do átrio, será tudo quanto ficou do(s) edifício(s) precedente(s).
Erguida para instalar o Tribunal da Comarca, a nova construção acabou por acolher a Câmara, quando, nos meados do séc. XX, a edilidade abandonou, ao fim de mais de cinco séculos, o primitivo Paço Municipal, fronteiro. No seu recheio, inclui-se o imponente quadro naturalista da Terra de Miranda, de Manuel Lima, artista laureado com o Prémio Lupi da Academia de Belas Artes de Lisboa, o busto do rei D. João III e parte da transcrição da sua “Carta per que he feita cidade a villa de Miranda”, de 10 de Julho de 1545, promoção que era obrigatória para a antiga fortaleza medieval poder subir a primeira capital diocesana de Trás-os-Montes.