Passar para o Conteúdo Principal
menu
Siga-nos

Berrões

Com o nome popular de berrões em Portugal e verracos em Espanha, conhecem-se um conjunto de esculturas da Idade do Ferro e da época romana que representam, sob forma tosca, porcos, touros e javalis. Estas esculturas são realizadas em rocha granítica e expressam sempre o caráter de macho da peça esculpida. Apresentam os órgãos sexuais bem demarcados, as patas paralelas, diferentes tamanhos e estilos, assim como cronologias. A barreira cronológica, algo controversa, é estabelecida entre os séculos V-IV a. C e o II d. C.
Em termos territoriais, a sua área fulcral é estabelecida na Meseta Ocidental, Ávila e Salamanca, onde habitavam os vetões. Surgem exemplares em Trás-os-Montes e na Beira Alta, em territórios de Zoelas e de Lusitanos, achados isoladamente ou em conjunto. Destacam-se os identificados em Picote, Miranda do Douro.
Uns são de grandes dimensões, como o exemplar de Picote, encontrado, in situ, no centro de uma estrutura identificada como santuário. Outros, de menor dimensão, têm sido identificados quer em contextos habitacionais, quer em funerários, como o célebre touro de Malhadas, achado numa área de grande densidade de estelas funerárias, que, com um rigor formal de grande realismo, antecipa os melhores exemplares de pura raça bovina mirandesa.
A estas esculturas zoomórficas são atribuídas várias funcionalidades: guardadores de túmulos, divindades tutelares de castros e marcadores territoriais (proteção de gados e pastos).