22 DE MAIO DE 1545 – 475 ANOS DA CRIAÇÃO DA DIOCESE DE MIRANDA
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A maior parte de território de Portugal, situado a Norte do Rio Douro, estava sob a jurisdição do Arcebispo de Braga que tinha uma colegiada em Torre de Moncorvo e um vicariato em Miranda do Douro e Azinhoso. Mesmo assim, sendo muito extensa, a Arquidiocese tornava-se difícil de visitar e administrar convenientemente. Por isso, o Papa Paulo III, pela Bula “Pro excelenti” de 22 de maio de 1545, elevava a vila de Miranda a cidade e instituía nela a sede da Diocese, a pedido do Rei D. João III. Este, por carta de 10 de julho do mesmo ano, confirmava a elevação de Miranda a cidade, “por lhe parecer serviço de Deus e conveniente ao bom governo da clerisia e povo da cita vila e dos lugares que pediu a Sua Santidade que desse por Diocese à dita catedral de Miranda”. Declara ainda o mesmo Rei: “Por moto próprio e livre vontade me praz de acrescentar e levantar a dita vila de Miranda em dignidade e honra e a faço cidade e lhe concedo todas as honras, privilégios e liberdades que por direito ela, como cidade, deve ter e têm as outras cidades dos meus reinos e domínios.”
A Igreja de Santa Maria era demasiado pequena para a celebração do culto com todo o cerimonial que naquele tempo se desenrolava nas grandes catedrais. Atendendo a este e outros fatores, o Papa suprime a vigararia perpétua de Miranda, manda que a catedral mantenha a mesma invocação e manda ao bispo de Miranda que amplie os edifícios e lhe dê a forma de Igreja Catedral.
O primeiro Bispo da Diocese de Miranda do Douro foi D. Turíbio Lopes. Era de origem espanhola, homem muito culto, letrado em teologia e cânones e pessoa muito virtuosa e homem de experiência no governo da Igreja.
Uma das primeiras aspirações deste bispo, depois da organização da Diocese, foi a construção da nova Catedral. Logo, no fim do ano de 1547, começou o Bispo a preocupar-se com os planos do novo templo e começa a juntar fundos monetários e materiais para a construção da grandiosa obra que veria começada no ano de 1552, mas que só viria a terminar no final do século XVI.
Mourinho, A. (1993). A Catedral de Miranda do Douro. 1ª. Edição, Tipalto. Palaçoulo.
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