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SOLIDARIEDADE: CONFORTAR A SAUDADE

26 Abril 2016

Tão longe e tão perto. Em Miranda do Douro, no distrito de Bragança, trinta por cento da população jovem está emigrada. Muitos só veem a família uma vez por ano. E os descendentes, que nasceram além-fronteiras, nunca vieram sequer à terra. Mas, graças às novas tecnologias e à Associação Leque, a distância encurta-se através de um click. De Trás-os- Montes a Nova Iorque, Sidney ou Cidade do Cabo, há pais que matam saudades de filhos e avós que conhecem netos.

Sorriem, emocionam-se, conversam, veem-se. Em Picote, uma aldeia do concelho de Miranda do Douro, Isabel da Cruz, 99 anos, pode falar com a neta Ana e ver a bisneta Sofia, em direto a partir do Reino Unido, graças a um computador ligado à internet.

O encontro é virtual mas tem o poder de um abraço e foi através dele que a quase centenária viu a bisneta pela primeira vez. «A menina está muito linda», diz. Pouco depois junta-se a filha, Margarida Vale, 68 anos. E chegam mais dois tios de Ana, emigrada em Inglaterra. «Tinha saudades de a ver», diz ela, deixando a promessa de vir a Portugal quando a avó fizer 100 anos, em novembro. Seguem-se acenos e beijinhos como se de um encontro pessoal se tratasse. Isabel da Cruz tem mais dois netos emigrados, em Moçambique e Inglaterra, com quem também fala através do Skype.

Em Duas Igrejas, uma aldeia próxima, outra avó espera ansiosa por mais um contacto. Teresa de Jesus tem 82 anos, enviuvou recentemente e tem uma sobrinha-neta emigrada em França. Depressa se juntam mais quatro familiares na sala de estar da casa. Apesar de viverem noutra freguesia, ninguém quis faltar à chamada.

http://www.noticiasmagazine.pt/2016/solidariedade-confortar-a-saudade/