Reiki e Yoga utilizados de foram terapêutica para ajudar crianças com necessidades especiais
A Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Necessidades Especiais - Leque, com sede em Alfândega da Fé, está utilizar o Reiki e o Yoga, em contexto aquático, para ajudar de forma terapêutica, crianças e jovens com necessidades especiais.
Segundo os promotores de uma colónia de férias inclusiva, frequentada por cerca de 26 crianças, jovens e adultos de todos o país, e de França, foi utilizado um método considerado "inovador", neste tipo de ajuda.
"Está comprovado cientificamente que o Reiki e o Yoga têm efeitos terapêuticos no alívio da dor, em pessoas com patologias graves, e nós estamos a utilizar esta terapia em contexto aquático, o qual já tinha sido ensaiado em sala, e verificamos que tem um efeito calmante em pessoas com autismo", explicou à Lusa a fundadora da associação Leque, Celmira Macedo.
Para a também especialista em educação especial, tanto o Reiki como o Yoga, tem demonstrado efeitos terapêuticos positivos, mas, sempre com a sua utilização em contexto de sala, "em ambientes controlados".
"Quando estas duas terapias são utilizadas, em contacto com o meio natural, em locais como o Eco Parque do Azibo [Macedo de Cavaleiros] ou as águas do Douro Internacional [Miranda do Douro], os efeitos calmantes nos pacientes são intensificados, aliando os conhecimentos dos mestres à componente terapêutica e de intervenção na área da deficiência. Dado o relaxamento proporcionado, os frequentadores acabam mesmo por adormecer", afiança a técnica.
A associação Leque está utilizar outros desportos aquáticos, como a canoagem, "stand up paddle" e embarcações do tipo catamarã, para o relaxamento de pessoas com autismo e outras deficiências, meios técnicos "que trazem um novo conceito" a este tipo de terapias.
Todo este trabalho "inclusivo e terapêutico" está estudado cientificamente por especialistas da Associação Cuidadores e pela Leque, que pretendem comprovar o impacto deste tipo de atividades, na qualidade de vida e no bem-estar dos frequentadores.
"Há uma equipa multidisciplinar que está a avaliar os efeitos na qualidade de vida e emocionais dos utilizadores, ou seja, quais são os efeitos verificados, após terem frequentado este tipo de colónias de férias", indicou Celmira Macedo.
Este tipo de trabalho tem sempre a avaliação dos familiares e cuidadores informais dos jovens que frequentam este tipo de atividades.
"Esta colónia de férias, onde esteve a minha filha, ajudou muito a acalmá-la. Isto foi uma das melhores coisas que aconteceu. Há muita diferença no seu comportamento, antes e depois da colónia de férias", verificou Alfredo Magalhães, um dos cuidadores presentes na ação.
Um grupo de voluntários da região do Porto verificou que as ajudas de cães de raça 'boxer' e 'chihuahua' tiveram um efeito "especial" sobres os utentes, acalmando-os.
"Estávamos a passar férias e não tínhamos a noção do que é lidar com pessoas com portadoras de deficiência e a calma e as expressões que [estas terapias] podem transmitir às pessoas. Foi uma agradável surpresa", disse Carla Silva, um dos voluntários.
A mentora da Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Necessidades Especiais - Leque, Celmira Macedo, explica ainda que esta colónia de férias é um alívio para as famílias que têm filhos com deficiência, que, pela primeira vez, podem tirar férias tranquilamente.
"Tentamos conciliar o turismo rural como turismo terapêutico. Muitas destas crianças e jovens têm necessidades específicas e, por esse motivo, necessitam de um apoio terapêutico aliando a natureza à reabilitação psicomotora de cada um dos intervenientes", concluiu.
Esta colónia contou com o apoio de voluntários de varias áreas tais como a enfermagem, psicologia, educação física e outras áreas terapêuticas.