Palaçoulo sem médico há quase dois meses
A freguesia de Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, está há quase dois meses sem os cuidados do médico que, duas vezes por semana, se deslocava à aldeia para dar consultas.
A população não se conforma e reclama com urgência a presença de um clínico naquela extensão de saúde, que abrange as aldeias vizinhas de Prado Gatão e Águas Vivas, num total de cerca de 600 habitantes.
“O médico aqui faz muita falta, porque a população está envelhecida e toda a gente precisa de medicamentos e consultas e não tem meios de se deslocar, nem sequer ao centro de saúde de Miranda”, diz Adriano Cangueiro, habitante local, concluindo ser “essencial que exista aqui um médico, para bem de toda a população”.
Arnaldina Pires fala dos inconvenientes que advêm da falta de médico na freguesia e conta a sua própria experiência: “Antes do meu médico de família ir embora, fiz umas análises, estive um mês e meio sem que ninguém as visse e tive que recorrer à urgência, em Miranda do Douro. Como tinha uns valores altos, fui de urgência para Mirandela, onde fiz uma ecografia à tiroide. E agora, para mostrar os exames, tenho que ir outra vez a Miranda”.
À Renascença, a Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULS do Nordeste), entidade que supervisiona a extensão de saúde de Palaçoulo, assegura que “está a ser avaliada a solução mais adequada para que a extensão possa contar com a deslocação regular de um médico, no mais curto espaço de tempo possível”.
Na nota enviada, a ULS do Nordeste explica que a ausência de médico em Palaçoulo tem a ver “com uma baixa de dois médicos do quadro do centro de saúde de Miranda do Douro, onde está integrada a referida extensão, um deles por motivo de falecimento e o outro por ter solicitado a exoneração de funções”.
“Até que a situação possa ser restabelecida, os utentes serão assistidos no Centro de Saúde de Miranda do Douro”, informa a ULS do Nordeste.