município de Miranda do Douro em parceria com a Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM) apresentou hoje o primeiro número da revista de estudos mirandeses, 'Studos - Rebista de Lhégua i Cultura Mirandesa', que inclui inéditos.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, disse que revista é composta por vários textos e estudos inéditos, a par de clássicos da literatura escrita em língua mirandesa, e inclui ainda um texto em língua asturiana, através da colaboração com a Academia de la Llingua Asturiana.
A revista, que soma 500 exemplares, nesta primeira edição, tem por objetivo manter uma periodicidade anual.
"A ideia é recolher estudos e texto inéditos escritos em língua mirandesa, por autor local, mas também pretendemos [a colaboração] de universidades e uma maior envolvência da comunidade científica", indicou o autarca à agência Lusa.
As universidades de Aveiro, de Trás-os-Montes e Alto Douro, do Porto e a Nova de Lisboa são algumas das academias envolvidas na elaboração desta nova publicação em língua mirandesa.
"Só com a união de várias entidades e instituições é que o mirandês poderá ser uma língua mais forte", frisou Artur Nunes.
O vice-presidente da ALCM, Alfredo Cameirão, destaca, por seu lado, neste primeiro número, a publicação de dois "clássicos da língua mirandesa", assinados pelo desaparecido investigador e escritor de língua mirandesa Amadeu Ferreira.
"São dois manifestos, em forma de hinos, do autor, e um texto que é o básico que cada um deverá saber sobre a língua mirandesa", disse o responsável à Lusa. "Ao longo de mais de 170 páginas da revista - prossegue - há igualmente tradições da cultura popular mirandesa, e asturo-leonesa".
A revista foi apresentada no decurso das II Jornadas de Língua e Cultura Mirandesa Amadeu Ferreira, que hoje terminaram em Miranda do Douro e que juntaram, à mesma mesa, investigadores espanhóis e portugueses, que têm um ponto em comum: as línguas minoritárias de tronco asturo-leonês, como é caso da língua mirandesa.