Sendim - Urrós
No percurso de Sendim para Urrós destacam-se, na monotonia do planalto, as cabeceiras das ribeiras da Piçarra e do Meiedo, que descem serpenteando para o Douro. Ao longo do trajeto surgem na paisagem, ora solos pedregosos com seixos, lavrados nos depósitos sedimentares miocénicos, ora afloramentos graníticos, com designações populares sugestivas como Penha Campana, nome dado a um bloco granítico com tafoni, que emite sons idênticos de um sino.
Próximo do limite dos concelhos de Miranda do Douro / Mogadouro afloram granitos finos, um possante filão de quartzo de direção N20ºE que dispersa seixos na paisagem, e ainda alguns retalhos de xistos com granadas.
Na aldeia de Urrós é possível observar bodegas (local cavado na rocha, onde se mantêm alimentos, sobretudo vinho, frescos) instaladas na zona de contacto entre o granito e uma lentícula de xistos/migmatitos. Embora de dimensões muito mais reduzidas, a sua existência tem a mesma origem e finalidade que as "bodegas" de Fermoselle, do outo lado do rio, em Espanha.
A oeste da aldeia, junto ao ribeiro do Valado, no lugar da Fonte Nova, há um conjunto de cerca de 20 bodegas, observam-se no ribeiro do valado terraços quaternários aproveitados para as típicas hortas familiares.
Existem ainda importantes vestígios arqueológicos, nomeadamente, sepulturas antropomórficas de características paleo-cristãs, cavadas na rocha granítica, junto às ruínas da capela de S. Fagundo.
Características do Percurso:
Troço de linha, efetuado maioritariamente plano, efetuado pela zona de Planalto, no seio de uma paisagem monótona.