Exposição “Mascaras Transmontanas” de 9 de outubro a 30 de novembro, na Casa da Cultura. Visite-nos…
Exposição “Mascaras Transmontanas” de 9 de outubro a 30 de novembro, na Casa da Cultura. Visite-nos…
Sinopse Curricular Carlos Ferreira:
Carlos Ferreira é mirandês nascido em Sendim (1961). É geógrafo e concluiu programa de doutoramento em Salamanca. Foi professor de geografia, de lhéngua mirandesa, vice-presidente da Região de Turismo do Nordeste Tramontando, administrador delegado da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, presidente da Associação de Língua e Cultura Mirandesa. É empresário de Turismo Rural e tem várias obras literárias e artigos científicos publicados, em português e mirandês. Filho de artesãos, desde criança aprendeu a “afiar paus com faca” e sempre se sentiu irremediavelmente atraído por trabalhos em madeira: “este lobby é o seu prozac”. Já vários anos que se dedica a fazer máscaras e já conta com mais de uma vintena de exposições em Portugal e Espanha.
A máscara em Trás-os-Montes:
Segunda pele da cara: desde os primórdios, onde houver homem, há máscara.
Em Trás-os-Montes, os muitos rituais com máscara, enraízam no neolítico, aprofundaram-se com as ancestrais sociedades agro-pastoris pré-romanas, e chegaram até nós através das sociedades camponesas medievais, fazendo caminho que já atravessou mais de três milénios, marcando a cultura transmontana de forma muito forte e diferenciada.
Apesar de existirem alguns rituais com máscara ligados ao carnaval, na sua grande maioria, em Trás-os-Montes e especialmente no concelho de Miranda do Douro, eles ligam-se ao solstício de inverno, decorrendo entre o dia 13 de dezembro (festa de Santa Luzia), e o dia 6 de janeiro (dia de reis). Foram manifestações muito ligadas ao culto do primordial deus Sol, ao culto da fecundidade e do eterno retorno. A partir da alta Idade Média, grande parte destes antigos rituais pagãos, foram absorvidos pelo cristianismo, acabando por se integrar nas festividades natalícias cristãs.