Pelo planalto mirandês, por entre gaitas, correrias desaustinadas, chacotas e malfeitorias, espantam-se os medos e os males através desses rituais perdidos no tempo e sempre revivescidos, num cerimonial que as gentes de além não quiseram que se perdesse. Muito pelo contrário, cultivaram-no e acarinharam-no, sublinhando também assim o seu direito à diferença, alicerçando a sua rica individualidade cultural. E bem rica é ela, que por ali assim se quer feita e, em tempos de descaminhos, porfiam em enriquecê-la, teimosamente viva."